Campinas tem 114 áreas com descarte irregular de lixo, afirma Prefeitura
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Impedidos por lei de manter lixões, municípios do Norte catarinense gastam milhões por ano para enviar seus resíduos a aterros sanitários distantes até 100 quilômetros. Para facilitar o descarte, uma empresa que presta o serviço tenta construir um aterro em Guararmirim, mas tanto a prefeitura quanto a população são contra, como mostrou a primeira reportagem da série especial exibida pelo RBS Notícias nesta quinta-feira (15).
Na região Norte de Santa Catarina, 24 cidades enviam os resíduos para Mafra. Sete mil toneladas chegam ao município todos os meses. O lixo é compactado para ter o volume diminuído. O montante acumulado tem uma altura equivalente ao uma prédio de 15 andares.
A pilha de resíduos foi erguida ao longo de 14 anos de atividade e em breve não poderá mais receber cargas da região. Só Jaraguá do Sul gasta cerca de R$ 15 milhões por ano para descartar o lixo no local. Desse valor, mais de R$ 1 milhão é gasto com transporte.
Aterro sanitário de Mafra recebe lixo de 24 cidades do Norte de SC (Foto: Reprodução RBS TV)
Proibição
Os lixões foram proibidos para evitar contaminações. Para diminuir os custos, uma empresa de coleta tenta criar um aterro em Guaramirim, mas a Fundação Estadual do Meio Ambiente ainda analisa o relatório de impacto ambiental para decidir se dá ou não licença para o projeto.
A prefeitura de Guaramirim não quer e diz que, no terreno, às margens da Rodovia do Arroz, existem nascentes. Outro argumento é de que uma lei federal impede o empreendimento. A administração municipal diz ainda que o aterro atrairia urubus, o que ofereceria riscos para aviação.
“Nós temos um aeródromo no município, registrado na Anac, desde 2015, nessa legislação, diz que o município tem que fazer um controle da fauna e controle das instalações e possíveis aterros num raio de 20 quilômetros. E esse estudo que a empresa está apresentando para a gente está dentro de um raio de 8,7 km”, disse o secretário de Planejamento de Guaramirim, Jiuvani Assis Assing.
População de Guaramirim é contra a instalação de um aterro sanitário na cidade (Foto: Reprodução RBS TV)
Moradores são contra
O prefeito chegou a assinar um decreto para proibir o projeto. Os moradores também não querem, até espalharam cartazes pela rodovia.
“Estamos todos contra esse projeto, vai desvalorizar o lugar. A gente dá muito valor ao lugar, tem nascente aqui. Cada agricultor, tudo agricultura familiar”, disse a agricultora Elisabeth Teresinha Fagundes Rosa.
A reportagem da RBS TV procurou uma usina que pode transformar lixo em energia elétrica.
FONTE: G1