Eventos em Florianópolis discutem o futuro do planeta

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30 de novembro de 2017
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Conferência Planeta.doc e Seminário Lixo Zero discutem atitudes sustentáveis para reduzir impactos do modo de vida do homem sobre o planeta

A sociedade pós-industrial transformou a vida na terra em uma velocidade jamais vista pela humanidade. A nanotecnologia cria facilidades inimagináveis, drones sobrevoam nossas cabeças e a economia cria corporações transnacionais capazes de levarem produtos aos lugares mais distantes. Mesmo assim, cerca de 842 milhões de pessoas ainda vivem situações de fome. A poluição dos oceanos já atinge a proporção de um quilo de lixo para cada cinco quilos de peixes. E uma grande quantidade de recursos essenciais para a vida se convertem em propriedade privada.

Angeloni dá destino adequado para 95% dos resíduos produzidos na loja - Daniel Queiroz/ND
Angeloni dá destino adequado para 95% dos resíduos produzidos na loja – Daniel Queiroz/ND

O panorama caótico em um cenário de contrassensos poderia nos sugerir que a humanidade não tem outra saída a não ser migrar, como já especulam setores que apostam na colonização do planeta Marte. Mas a esperança dos que acreditam que o mundo pode alcançar o equilíbrio ambiental e sustentável pode ser muito maior do que parece. Grande parte desse capital intelectual que prega uma mudança drástica na forma como o homem se relaciona com o lixo, com os recursos naturais e com os alimentos está em Santa Catarina desde a semana passada para importantes eventos que pensam o futuro da humanidade.

Na segunda (23), os 16 palestrantes de diferentes nacionalidades da 2ª Conferência do Festival Planeta.doc, realizado na UFSC, participaram de três painéis que abordaram conceito de lixo zero, bens comuns e cidades humanas. Hoje, as discussões continuam na 7ª edição do Fórum Internacional Lixo Zero, promovido pela Acats (Associação Catarinense de Supermercados), na Fecomércio, em Florianópolis.

 

Conferencistas conhecem experiência “Lixo Zero” na Capital

O Brasil ainda despeja 30 milhões de toneladas de lixo de forma inadequada por ano. Isso representa um prejuízo de cerca de R$ 120 bilhões em material que poderia ser reciclado e voltar ao mercado. Mesmo assim, iniciativas isoladas provam que é possível alcançar o equilíbrio sustentável que os cientistas, ambientalistas e estudiosos que estão na Capital pregam.

Um desses exemplos foi acompanhado por parte desses conferencistas no supermercado Angeloni, em Capoeiras. Eles acompanharam de perto como o supermercado implantou o sistema “Lixo Zero” por meio do programa da Acats e hoje consegue dar o destino adequado para 95% dos resíduos produzidos na loja. Apenas 5% têm como destino o aterro sanitário.

“O Angeloni é pioneiro neste programa que já conta com pelo menos 45 estabelecimentos em Santa Catarina. O que queremos mostrar é que é possível sim ter reaproveitamento dos resíduos. Isso, além de gerar economia, também agrega valor”, disse Antônio Carlos Polentin, diretor executivo da Acats. Em todo o Estado, o programa “Lixo Zero” arrecada 209 mil toneladas por ano, gerando mais de 200 empregos por conta desse sistema.

Leve sua vasilha e sua sacola

Em Portugal há uma mercearia que não vende produtos embalados, também não entrega as compras em sacolas e nada do que você provar de lá terá recebido agrotóxicos ou produtos químicos no processamento. A Maria Granel é a primeira mercearia 100% orgânica do país. Mas mais do que vender produtos saudáveis, segundo a sua fundadora, Eunice Maia, a mercearia difunde o que chama de “consumo sustentável”. “Muitas vezes você tem uma receita e precisa de 500 gramas de um produto, mas os mercados só vendem de um quilo. Em nossa loja nós estimulamos as pessoas a levarem vidros de casa e sacolas de pano e elas levam apenas o que precisam. E isso não vai gerar nenhum resíduo”, conta. A mercearia é responsável pela introdução do sistema Byoc (Bring your own container – traga sua própria vasilha) no mercado português e hoje serve como exemplo para milhares de estabelecimentos ao redor do globo.


Comida gratuita e de qualidade

Há 13 anos Ronni Kahn organizava eventos para empresários australianos que não economizavam em saciar os desejos da gula. A abundância soava como sinônimo de sucesso, mas para Ronni era desperdício. Foi então que começou a distribuir as sobras que estavam boas nas comunidades da região. Em um ano nasceu a OzHarvest, hoje a principal organização de resgate de alimentos da Austrália e que tem se tornado um modelo global. No supermercado de Ronni, tudo que está nas prateleiras está bom para o consumo, mas iria para o lixo. Hoje, o programa já distribuiu o equivalente a R$ 75 milhões de refeições. “As pessoas pagam o que querem ou não pagam nada”, diz. O programa atua no campo da educação e formação profissional para prevenir desperdício de alimentos.

Experimente e você saberá

Tia Kansara já viajou 85 países em visitas técnicas, palestras e conferências buscando sempre apreender com as experiências. “Acredito em experiências imersivas, multissensorial. Isso fica na pele, nas células. É isso que fiz com meus alunos indianos ao levá-los ao Japão”, contou. “Na Índia as pessoas varrem suas casas e o lixo fica do lado de fora, na frente das casas. Quando meus alunos viram a cidade limpa perguntaram quem fazia aquilo e eu respondi que eles mesmos. Os japoneses têm esse costume de se reunirem e limparem as áreas públicas. E eles voltaram para a Índia com essa experiência”, disse. Kansara é fundadora da primeira consultoria de estilo de vida sustentável do Reino Unido e do conceito de Replenish, uma avaliação per capita do que devolvemos aos ecossistemas.

Maior atividade cívica do planeta

Mesmo depois dos 60 anos, Pal Martesson continua se considerando um rebelde. Atualmente sua missão é dar a volta no planeta pregando a bandeira do “World Clean Day”, iniciativa em que pretende juntar nada menos do que 300 milhões de pessoas ao redor do mundo no dia 15 de setembro de 2018 para a maior ação de recolhimento de resíduos da história da humanidade. “Será a maior atividade cívica do planeta”, afirma. A iniciativa que teve início na Estônia e atualmente engaja milhares de pessoas a praticarem os mutirões de limpeza de praia é o que estimula o sueco a continuar pregando um mundo diferente. “Os produtos que são vendidos hoje não existiam há 100 anos. E as maiores marcas são as que mais frequentam as praias. Em uma ação nas Filipinas recolhemos 55 mil peças de plástico do mar, e lá estavam todas essas grandes marcas. Será que eles também não têm responsabilidade nisso?”, questiona.

Nós já vivemos o lixo zero no passado

O coordenador da Zero Waste Academy, nos Estados Unidos, Jonathon Hannon, não tem dúvidas ao afirmar que a humanidade já viveu experiências de lixo zero em tempos não muito distantes. “Não faz muito tempo não existiam embalagens e tudo era orgânico. Claro que há controvérsias quando se fala de lixo zero, mas o passado pode nos ajudar a olhar para o futuro, e precisamos confrontar esses paradigmas com nossos governantes por que isso não funciona nos dias de hoje”, disse. Segundo Hannon, desde a fundação da Zero Waste Academy, em 2002, que as ideias ecológicas vêm crescendo ao redor do mundo, o que significa que as pessoas também acreditam na mudança. “É preciso pressionar a indústria que só lucra pelo lixo zero. Mas incinerar e enterrar não é lixo zero, precisamos de atitudes ecológicas”, afirmou.

FONTE: Notícias do dia

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