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31 de março de 2017Em Porto Alegre, por exemplo, prefeito não pagou dívida da gestão ant
Prefeituras da maioria das capitais brasileiras têm dívidas com coleta de lixo e aterros sanitários. O calote já passa de R$ 10 bilhões.
O que já era ruim está ficando ainda pior. Em um país em que a maioria das cidades ainda destina o lixo em vazadouros a céu aberto, popularmente conhecidos como lixões, a crise econômica está levando um número maior de prefeitos a dar calote num serviço essencial.
A soma das dívidas das prefeituras com as empresas que fazem a coleta, o transporte e a destinação final do lixo em todo o Brasil ultrapassa os R$ 10 bilhões. A inadimplência não atinge apenas os municípios pequenos. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública, Abrelpe, a maioria das capitais do país não está com os pagamentos em dia.
O problema atingiu ao menos 23 capitais e o Distrito Federal. A Associação usou como fonte o Portal da Transparência.
“O Brasil chegou num ponto em que atingiu um número histórico na dívida das prefeituras com as empresas de gestão de resíduos sólidos, então nós já estamos aí praticamente mais de um terço daquilo que deveria ter sido pago, não foi pago, trazendo uma situação de quase colapso dessas empresas”, disse Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe.
Em Porto Alegre, por exemplo, o novo prefeito não pagou as dívidas da gestão anterior: quase R$ 10 milhões. O pagamento está sendo negociado. O serviço segue normalmente, porque a Prefeitura está depositando os valores de 2017.
A prefeitura de São Luís também tem dívidas de gestão passada.
A prefeitura do Rio deve R$ 18 milhões para o aterro sanitário de Seropédica, que recebe quase 9 mil toneladas de lixo da cidade todo dia. A prefeitura reconhece a dívida e pôs a culpa na gestão passada.
Na Baixada Fluminense, um flagrante de crime ambiental cometido pela própria prefeitura de Belford Roxo.
São impressionantes as imagens mostradas de helicóptero do terreno de Belford Roxo, imenso. Isso vem acontecendo todos os dias. Os caminhões despejam o lixo no terreno e os tratores espalham. Não há qualquer tratamento de resíduo nesse local.
Depois do flagrante feito pela equipe do Bom Dia Brasil, o Instituto Estadual do Ambiente fechou o lixão e multou a prefeitura em R$ 3 milhões.
A prefeitura de Belford Roxo deve mais de R$ 3 milhões ao aterro sanitário da cidade onde o lixo deveria estar sendo depositado. E alega que o dono do aterro não aceita negociar a dívida.
O empresário nega. Diz que tentou ser recebido várias vezes pelo prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, mas não conseguiu.
O Ministério Público abriu investigação sobre o caso. Como se vê, lixo também pode virar caso de polícia. Ou de saúde pública.
“Nós estamos colocando em risco, não só o meio ambiente, como a saúde e a vida da população”, disse Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe.
O prefeito Waguinho, do PMDB, disse que abriu um processo para a contratação emergencial de um novo aterro para despejar o lixo da cidade.
O repórter André Trigueiro vai falar mais desse assunto no programa “Cidades e Soluções”, da GloboNews.